Katica

Partilhar os ritmos, a vida de uma menina que sonha com os sons da propria vida! Senti-los debaixo da pele, em cada olhar... Todo um universo que se expande em cada nota... Cores, explosões e o tempo... A sensação inigualável de viver!

terça-feira, outubro 10, 2006


Bem devagar
Gilberto Gil 1962

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir

E como o despertar depois de um sonho mau
Surgiu o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar

Amor velho que se perde
Sai correndo pra outro ninho
Amor novo que se ganha
Vem sem pressa, de mansinho

quinta-feira, outubro 05, 2006

Lisboa que amanhece...

Cansados vão os corpos para casa

dos ritmos imitados de outra dança
a noite finge serainda uma criança
de olhos na lua
com a sua
cegueira da razão e do desejo

A noite é cega e as sombras de Lisboa
são da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
amou como se fossea mais indefesa
princesaque as trevas algum dia coroaram

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia à solta
à noite é prisioneiro dos olhares
ao cais dos miradouros
vão chegando dos bares
os navegantes
amantes
das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
que as dádivas da noite são eternas
mal chega a madrugada
tem que rapar as pernas
para que o dia não traia
Dietrichs que não foram nem Marlenes

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece


Em sonhos, é sabido, não se morre
aliás essa é a única vantagem
de, após o vão trabalho
o povo ir de viagem
ao sono fundo
fecundo
em glórias e terrores e venturas

E ai de quem acorda estremunhado
espreitando pela fresta a ver se é dia
a esse as ansiedades
ditam sentenças friamente ao ouvido
ruído
que a noite, a seu costume, transfigura

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece


na Lisboa que amanhece

Sérgio Godinho

Agenda Outubro - Próximos Concertos

Segunda - feira - 2 de Outubro - Palpita-me - Kapur

Sexta - feira - 6 de Outubro - Monte Tropical - Kapur

Sábado - 7 de Outubro - Casamento Sintra - Djambalaya

Segunda - feira - 9 de Outubro - Palpita-me - Kapur

Sábado - 14 de Outubro - Van Grogh - Djambalaya

Segunda - feira - 16 de Outubro - Palpita-me - Kapur

Sábado - 21 de Outubro - Angels Bar - Djambalaya

Segunda - feira - 23 de Outubro - Palpita-me - Kapur

Sábado - 27 de Outubro - Monte Tropical - Kapur

Sábado - 28 de Outubro - Bar 42 - Djambalaya

Segunda - feira - 30 de Outubro - Palpita-me - Kapur

quarta-feira, outubro 04, 2006

O tempo segue no seu caminho apressado, no seu perpétuo movimento linear. Sem ressentimentos, sem ilusões, sem compromissos. As folhas não pedem licença, apenas envelhecem e caem.
Cada segundo, cruel e teimoso, passa... "Sem desespero, sem tédio, sem fim". O meu querido Caetano faz-me companhia.Ainda e sempre. Indeferente à metereologia, às orbitas, aos astros.
Existe o sentimento profundo de mais uma etapa que, apesar de ser real a cada segundo,o mesmo que é cruel e teimoso, se torna presente em cada estação.
Em torno da auto-fagia de mim continuo a girar.